O outro
Encontra-se mergunlhada na penumbra, a sala está completamente vazia. Ela não se importa,quer dar ao silêncio o que não consegue dar aos outros.
As palavras nascem-lhe no interior e povoam aquela sala demasiado vazia.
- O escuro molda-me o pensamento.Ditas-me o que devo escrever.
Acabas com um inevitável Amo-te e eu sinto sede de vingança e uma tempestade de ciúmes toma conta de mim.
Serei para sempre a escrava.A escrava desse amor que não me pertence, a escrava das palavras, a escrava do outro que não sou eu...
Uma voz soa no escuro:
-Porque nunca me disseste isso?Porque te escondes atrás das palavras,atrás dessas cortinas?Porque não deixas fluir o que sentes?Porque não mostras o que toda a gente já viu? O que tenho de fazer para largares a loucura e dares-me a conhecer esse teu lado sensível?
Ouvem-se palmas e as luzes acendem.se. A professora de teatro solta uns alegres "Bravo!Bravo" e diz_" Finalmente perceberam o que queria!Finalmente sentiram as personagens!"